1 de set. de 2019

Racismo nos EUA
Por: Jayant Bhandari
Tradução: Daniel Freixieiro Sampaio
lewrockwell.com/2019/08/jayant-bhandari/racism-in-america/

Segundo a mídia dos EUA, parece que os EUA estão proibindo pessoas de entrarem no país, colocam refugiados em campos de concentração, e que o racismo e o sexismo estão por todos os lados, na polícia, nos vestibulares das universidades e nas contratações das empresas privadas.

Segundo Ilhan Omar, uma política emergente do Congresso dos EUA, as pessoas com mais tendências criminais nos EUA são aquelas de origem europeia. Ela quer que elas sejam identificadas e monitoradas. Ironicamente, os pais dela, em vez de migrarem para um país muçulmano ou outro país africano, escolheram morar nos EUA. E eu não consigo imaginar alguém da América do Sul, África, Oriente Médio ou Índia que se tivessem a oportunidade também não viriam para a América.

As pessoas migram para os EUA porque aqui têm mais oportunidades e se sentem mais respeitadas. Você não precisa dar propina para a polícia. A cor da sua pele, o seu sexo, a sua religião etc. pelo menos não são a razão oficial para que oportunidades sejam negadas. Os órgãos judiciais são razoavelmente honestos e a sua propriedade privada está razoavelmente protegida.

Os EUA são a terra dos sonhos, da liberdade e um refúgio para os oprimidos, uma sociedade criada por brancos corajosos e trabalhadores que vieram da Europa.

Os EUA são perfeitos? Não. Mas as pessoas vêm para os EUA porque estes são absurdamente superiores ao que os imigrantes e refugiados deixaram para trás. Qualquer um que diga que é o racismo dos EUA que as impede de ter sucesso na vida está apenas transferindo para os outros a responsabilidade por seu fracasso e por seu comodismo, ou está tentando fazer as pessoas de origem europeia se sentirem culpadas e assim tirar proveitos financeiros delas. Tais pessoas não têm gratidão pelo que conseguiram, apenas rancor pelo que não conseguiram — essa mentalidade de mendigo é apenas parte do ambiente cultural e infernal do Terceiro Mundo que está se tornando cada vez mais aceitável no discurso político dos EUA.

Obviamente, como Ilhan Omar demonstra, o ódio contra aqueles de origem europeia não é apenas aceitável, mas deve ser encorajado. Esse ódio é visto como um aviso dos que chegaram, um sinal de que esses refugiados e imigrantes são superiores. É claro, eles nada têm a mostrar sobre a superioridade das suas sociedades tribais e suas religiões opressivas. No ambiente multicultural dos EUA, você deve se curvar aos costumes atrasados dos imigrantes, e demonstrar respeito à sua arte, música e dança, vistas como “puras”.

Alexandria Ocazio-Cortez vê tudo ao seu redor pelo prisma de sua região eleitoral, dominada por imigrantes e refugiados da América do Sul. Rashida Tlaib é uma orgulhosa americana de origem palestina e muçulmana. Ayanna Pressley é uma orgulhosa afroamericana. Ironicamente, nenhuma delas ganharia um salário de US$ 175.000 por ano se não fosse pela raça, religião e sexo delas. Elas reclamam tanto de racismo e sexismo, mas elas têm tratamento preferencial pelas mesmas razões. Além disso, embora talvez tenham orgulho de serem norte-americanas, é um orgulho fictício. Na imaginação delas, os EUA deveriam ser reconstruídos de acordo com a afiliação tribal delas, e isso seria uma aberração para a própria noção do que sejam os EUA.

Mesmo em empresas que prezam a meritocracia, as pessoas não brancas têm preferência, mesmo que os outros candidatos sejam igualmente capazes.

Nos EUA de hoje, todos podem ter orgulho de sua religião, de sua raça ou de qualquer inferno que seus ancestrais tenham deixado para trás, mas há um grupo de pessoas que somente podem sentir culpa de sua raça. São as pessoas de origem europeia, justamente as pessoas que estão por trás do grande sucesso dos EUA e que são responsáveis por grande parte do capital intelectual da humanidade. Eles devem se sentir culpados porque, junto com os orientais, são o único povo com potencial de sentir culpa e vergonha.

Na terra da liberdade, hoje qualquer acusação de racismo contra pessoas de origem europeia é o que basta para destruir sua carreira e vida social.

No último ano, na Philadelphia, alguns rapazes negros estavam na Starbucks. Eles não compravam nada e o gerente corretamente pediu a eles que comprassem algo ou então saíssem. Os rapazes disseram que não sairiam e que nada comprariam. A polícia foi chamada. Penso que a empresa deveria parabenizar o gerente. Mas a Starbucks pediu desculpas, deu café gratuitamente aos rapazes e promoveu curso de diversidade para seus empregados. Eu nunca mais piso na Starbucks.

Recentemente, uma pessoa branca educadamente pediu a um homem negro que entrou de forma escondida no prédio onde o primeiro morava que ficasse do lado de fora. Em vez de sair, o homem negro começou a gravar o incidente e reclamou que era racismo. Para não deixar barato, a CNN deu publicidade ao video. A polícia, temerosa em parecer racista, não se meteu.

Cada vez mais criminosos negros têm permissão para fazerem o que quiserem.

Pessoas do norte da Europa são de longe as menos racistas e as menos sexistas do planeta, e essa é a razão pela qual todo mundo quer ir morar com eles. As pessoas de cor, os muçulmanos e os negros preferem trabalhar com um chefe que seja de origem norte-europeia, porque ele tende a ser justo e generoso. Eles tendem a sofrer mais violência de pessoas de sua própria estirpe, negros de negros, muçulmanos de muçulmanos, indianos de indianos, mas são hipócritas e dizem que todos os seus problemas vêm do tal privilégio branco.

Os EUA são de fato uma sociedade multicultural, mas apenas para aqueles que querem assimilação. Como essas pessoas são tribais, talvez sejam o país mais cheio de guetos no Ocidente.

Permitir falta de gratidão ou bajular cultura, religião e costumes de Terceiro Mundo sob pretexto de multiculturalismo, e dar tratamento preferencial às pessoas não brancas também são um racismo baixo. Noutras palavras, os EUA estão tratando como crianças pessoas que não são de origem europeia. Isso não é racismo do bem e inocente. Em pouco tempo, 50% dos EUA terão origem não europeia, e a preferência política irá rapidamente para a esquerda assim que Trump se for. Há muita inércia para impedir o inevitável. Os EUA se tornarão o primeiro país ocidental a se autodestruir.

Quando os EUA se tornarem mais um fracasso do Terceiro Mundo, provavelmente dividido em várias unidades menores, eles devem refletir sobre duas lições. Sociedades multiétnicas, multiculturais e multirraciais não funcionam. E que pessoas boas sofrem de uma deficiência. Elas não conseguem compreender a natureza da maldade e da estupidez.

https://www.lewrockwell.com/2019/08/jayant-bhandari/racism-in-america/

25 de set. de 2013

Espionagem aceitável...

No dia em que Dilma atacou os EUA pela espionagem internacional, uma notícia de alguns meses atrás que demonstra a incoerência dessa gente...

Espionagem só é condenável se vier dos EUA; se vier de Cuba, merece até viagem para prestígio...

http://noticias.terra.com.br/brasil/em-havana-lula-participa-de-lancamento-de-livro-sobre-espioes-cubanos,bf19d0632788c310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

24 de set. de 2013

A esquerda e o racismo

O negro só interessa à esquerda enquanto "vítima", "discriminado" e "oprimido". Ou como alguém que, sem as cotas raciais e outras políticas assistenciais, jamais conseguirá superar as adversidades sociais e econômicas que afligem a sua comunidade.

Quando ele foge desse estereótipo político, como o fez o Ministro Joaquim Barbosa, ele passa a ser um adversário, não um qualquer, mas um "traidor da causa" que tem o agravante de ter a cor da pele diferente.

Não à toa, Che Guevara, ídolo de vários militantes negros, questionado por um cubano sobre os planos da revolução para a "população de cor", disse: "Nós faremos por negros e mulatos exatamente o que eles fizeram pela revolução. Ou seja: nada." (FONTOVA, 2009, p. 241)

Cuba, em verdade, tinha uma elite formada por brancos, negros e mulatos. Após a revolução, os brancos de sangue espanhol (como Fidel Castro) apearam os dois últimos do poder. Fulgencio Batista, o ditador deposto, era um mulato. Sim, a Cuba "reacionária e racista" atacada pelos revolucionários "barbudos" era presidida por um mulato. Hoje, a oposição à dinastia dos Castro é feita maciçamente por negros e mulatos, a quem Fidel se refere pejorativamente como "negritos".

Um político negro baiano, aliado a ACM Neto, foi abertamente atacado pelo governador Jaques Wagner como um "negro vendido".

Não me surpreendo, agora, ao ver um blog ligado à Dilma e ao PT associar o Ministro Joaquim Barbosa a um chimpanzé.

Apenas imagino a gritaria se alguém ligado a FHC ou ao PSDB insinuasse algo similar. Seria escorraçado da Terra, e fatalmente seria penalmente condenado.

Por mais que Marx se referisse aos mexicanos como "preguiçosos" e aos negros como "impertinentes", ele sempre será um ícone da luta contra a desigualdade e a favor dos oprimidos.

Somos psicologicamente preparados, desde a escola, a associar o racismo à direita, não à esquerda.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/escalada-da-violencia-e-racismo-asqueroso-blog-da-dilma-ataca-joaquim-barbosa-e-associa-imagem-do-presidente-do-supremo-a-de-um-macaco-a-imagem-esta-no-ar-ha-quatro-dias-tanto-o/

5 de abr. de 2010

Espiritismo e Chico Xavier

A Globo e os espíritas estão tentando transformar Chico Xavier num deus de carne e osso.



Aspectos obscuros de sua vida -- como as fraudes e as prováveis epilepsia e homossexualismo -- nem de longe são abordados no filme "Chico Xavier", que parece ter sido feito muito mais para agradar a um público histérico e emotivo (e muitas vezes enlutado, como de fato está parte considerável da platéia espírita) do que em mostrar o verdadeiro e histórico Chico Xavier.


Nos EUA ou na Europa, "médiuns" como Chico Xavier não duram muito tempo, pois seus "feitos" são fácil e rapidamente desmascarados como mágica pura e simples. No Brasil, truques antigos e infantis promovidos por ele e sua turma são elevados ao status de "fenômenos inexplicáveis e sobrenaturais".


Um dos raros sítios brasileiros dedicados a desmascarar os truques do Espiritismo e de Chico Xavier e examiná-los sob um aspecto cético e científico é o "Obras Psicografadas", em: http://obraspsicografadas.haaan.com/


Não deixem de ler. É revoltante ver como alguns "iluminados" exploram a fragilidade emocional e a credulidade dos indivíduos.

19 de out. de 2005

O direito de ter e portar armas de fogo

É fato que, desde priscas eras, usamos armas para fins diversos: defesa ou ataque (individual ou coletivo), abate de comestíveis, coleção, adorno etc. E, como invenções humanas, as armas têm propósito único: servir-nos. Assim, as armas estão relacionadas à natureza humana, e sua história e evolução confundem-se com as nossas. Dos rústicos e manuais instrumentos antigos — achas, lanças, flechas etc. — aos complexos e automáticos aparelhos atuais, as armas só existem porque as pessoas existem e delas necessitam, e seu uso para o bem ou para o mal dependerá da vontade humana, não delas, porque coisas inanimadas.

Em 23 de outubro de 2005, seremos consultados, por meio de referendo, se: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil”? (A pergunta, além de capciosa, é mal-intencionada, e obviamente foi formulada pelos adversários das armas de fogo. Mesmo que o “NÃO” vença no referendo, é provável que estes continuem a dificultar o acesso às armas de fogo face à péssima formulação da pergunta.) Não quero ser maniqueísta, mas essa votação dirá bastante sobre o povo brasileiro, sobre até que ponto somos capazes de defender nossos direitos naturais, de exigir que o Estado abstenha-se de obstruí-los e de rejeitar a influência de apelos demagógicos feitos por artistas e intelectuais presunçosos.

O pretexto mais utilizado pelos adversários das armas de fogo, ou seja: “menos armas, menos crimes”, não resiste a um simples raciocínio. Armas de fogo não cometem crimes — pois incapazes de agir —, sim as pessoas. E uma pessoa determinada a cometer crimes valer-se-á de qualquer meio a seu alcance, como facas, automóveis etc. Por que, então, não banirmos armas brancas e automóveis também? Afinal, sem eles haverá menos crimes! Cada vez mais, as elites intelectuais e políticas negam a responsabilidade individual como responsável pelo crime e atribuem-no a entes surreais, como pobreza, armas de fogo etc. Saliente-se, também, que diminuir ou proibir o acesso das pessoas às armas de fogo não significa redução da criminalidade. No Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul, dos mais pacíficos, possui o mais alto índice de armas de fogo por habitante do País; Rio de Janeiro e São Paulo, por outro lado, têm baixos índices de armas de fogo por habitante e ainda assim têm alta criminalidade. A legislação brasileira, ao longo do tempo, tem dificultado bastante o acesso das pessoas às armas de fogo e o efeito é o contrário: o índice de criminalidade tem aumentado absurdamente.

Tal se dá porque o referendo é inócuo em relação aos criminosos, que sempre usaram e usarão armas de fogo como instrumento para a prática de seus crimes, independentemente do que afirmar a lei. (Aliás, vejo na imprensa que, enquanto querem proibir as armas de fogo, os criminosos já usam sofisticadas armas militares...) Mais do que nunca, os delinqüentes estarão cientes de que a probabilidade de reação de suas vítimas é mínima, pois estas, temerosas de também serem tidas como “criminosas” pelo Estado por terem ou portarem armas de fogo, não as terão e assim dificilmente oferecerão resistência. Os adversários das armas de fogo querem que os indivíduos fiquem sempre submissos a uma polícia inepta — ainda que não o fosse, seria incapaz de prever ou reprimir todos os crimes —, como se os indivíduos não fossem os responsáveis principais pela manutenção de suas vidas, liberdades e propriedades. Essa constatação é fundamental, mais ainda se considerarmos que a sociedade brasileira é um antro de delinqüentes de extrema periculosidade e de difícil recuperabilidade, como bem demonstram os fatos e estatísticas criminais; apenas tolos e oportunistas não vêem isso.

A conduta de ter e portar armas de fogo tem sido tratada de maneira irracional e emotiva pelo legislador: até pouco tempo era uma simples contravenção penal, e hoje é crime inafiançável, suscetível de reclusão, o que demonstra que os políticos estão muito mais preocupados em aplacar seus caprichos e afetações do que propriamente em agir com respeito aos legítimos anseios da sociedade. Se ter e portar armas de fogo é crime, onde está a vítima? A “sociedade”? Isso é totalitarismo! Vítimas hão de ser pessoas naturais, físicas. Ao proibirem-nos de termos e portarmos armas de fogo, independentemente de nossas aptidões e comportamento social, os políticos e seus asseclas violam nossos direitos individuais básicos, como liberdade e propriedade, previstos no “caput” do art. 5o. da Constituição da República. Concluo, a afirmar que há outro detalhe nesse referendo que também deve fazer as pessoas ponderarem bastante antes de votarem “SIM”: é ético que terceiros decidam sobre meus direitos, ou que eu decida sobre os direitos deles? Creio que “NÃO”!

9 de set. de 2004

Dicas aos eleitores

É ano eleitoral, e a história se repete: demagogos (que se dizem defensores dos interesses populares, em especial das classes baixas, e prometem coisas irrealizáveis), populistas (que buscam as simpatias das classes baixas por meio de "direitos sociais"), oportunistas (que se valerão do cargo público para obter vantagens) e despreparados (que não possuem qualificação para ocupar o cargo público), para não falar nos sujos (que emporcalham a cidade com cartazes, pichações e coisas do gênero) e barulhentos (que nos obrigam a ouvir musiquetas estridentes, sem o menor respeito por nossa privacidade), todos esses aí querem, custe o que custar, ser eleitos. Tais tipos, obviamente, não merecem o voto do eleitor. Este, contudo, pergunta: em quem votar, já que a maioria dos candidatos se enquadra naquelas categorias? Generalizações são injustas, e regras comportam exceções. Sobre estas exceções o eleitor deve se informar, em especial sobre certos atributos dos candidatos que determinarão como será seu mandato:

O primeiro atributo é a honestidade, que no homem público deve ser inatacável. Pois não só a moralidade e a legalidade são princípios aos quais deve obedecer cegamente o futuro administrador público, bem como o cotidiano deste implicará situações freqüentes em que sua honestidade será posta em prova. Embora a Constituição Federal não se refira expressamente à honestidade como requisito de elegibilidade, tal podemos inferir quando aquela afirma que a lei estabelecerá "outros casos de inelegibilidade..., a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato". Assim, o eleitor deve buscar informações sobre a "vida pregressa" do candidato, evitando, contudo, fontes imparciais ou suspeitas.

O segundo atributo é a competência. Noções de direito, contabilidade, administração, economia e outras ciências afins serão úteis ao cotidiano do futuro administrador público, repleto de situações em que o conhecimento de tais ciências será necessário ao regular desempenho do mandato. Aliás, a lei deveria obrigar os candidatos a realizarem concurso público, para que fossem avaliados seus conhecimentos técnico-científicos nas matérias relacionadas ao exercício do cargo público pretendido. Somente estariam aptos a disputar as eleições aqueles que demonstrassem deter conhecimentos mínimos naquelas matérias. Tal medida evitaria que multidões de incompetentes concorressem aos cargos públicos, desde já melhorando a qualidade das eleições. Atualmente, basta que o candidato leia um textozinho qualquer e rabisque algumas palavras para ser considerado alfabetizado, o único requisito concernente à competência que a lei exige. Esses abusos da democracia tendem justamente a enfraquecê-la, principalmente porque a maioria dos que votam e dos que são votados possuem baixa instrução. Assim, um pouco de aristocracia, a fim de mitigar os excessos da democracia e melhor qualificar os futuros administradores públicos, não faz mal.

O terceiro atributo é a sensatez e prudência. Um candidato sensato e prudente é aquele que saberá adequar os poderes que a ele são conferidos pela lei com as reais necessidades da sociedade; é aquele que sabe que, quanto maior o Estado, mais ineficiente será e mais caro será mantê-lo; é aquele que sabe que, quanto mais "direitos sociais" forem conferidos, mais dependentes do Estado e menos dispostas ao trabalho serão as pessoas; e por aí vai. Assim, e a título de exemplo, um candidato sensato e prudente não faz promessas irrealizáveis, não só porque as promessas de hoje podem ser os impostos de amanhã, bem como pelo fato de que os orçamentos públicos já são limitadíssimos; não tentará impingir à sociedade medidas absurdas e desprovidas de qualquer razão, como, a pretexto de combater preconceitos e discriminações, adotar políticas baseadas na raça ou na opção sexual das pessoas; não prometerá criar mais órgãos públicos para isso ou para aquilo, como se já não os tivéssemos em excesso; e por aí vai. Enfim, se a lei confere ao administrador público poderes maiores do que aqueles conferidos ao particular, para que aquele realize o bem comum, tais poderes hão de ser exercidos com prudência e sensatez, ou teremos tiranos disfarçados de democratas.

Alguns podem me acusar de idealizar o "político perfeito" (embora eu saiba que eles são feitos de carne e osso), mas em verdade busco instigar o espírito do "eleitor perfeito", aquele que pondera bem antes de escolher os futuros administradores públicos. Se eles pretendem ocupar os cargos públicos mais elevados de nossos municípios (ou dos Estados ou da União), é natural que o eleitor deles exija honestidade e probidade, preparo, sensatez e prudência, firmeza etc. Quanto mais rigoroso o eleitor, mais acertado será seu voto. Eis um excelente meio de evitar decepções pelos próximos 4 anos. Em não havendo candidatos que se enquadrem em tais exigências, busque o "menos ruim". Ou anule o voto, pois o eleitor é obrigado a votar, mas não a eleger.

8 de jan. de 2004

Sete milhões de mortos no Holocausto "esquecido"

Republicado em inglês como "Stalin and the Ukranian Massacre" em http://www.lewrockwell.com/margolis/margolis45.html

Por Eric Margolis

Tradução: Daniel Freixieiro Sampaio

Cinco anos atrás, escrevi sobre o esquecido Holocausto na Ucrânia. Fiquei surpreso ao receber várias mensagens de jovens americanos e canadenses de origem ucraniana me revelando que, até lerem minha coluna, nada conheciam sobre o genocídio de 1932-33 no qual o regime de Josef Stalin matou sete milhões de ucranianos e enviou outros dois milhões para campos de concentração. Como, perguntava eu, poderia tal amnésia histórica afligir a tantos? Para judeus e armênios, os genocídios que seus povos sofreram são lembranças vivas que ainda influenciam seus cotidianos. Mesmo hoje, no 70º aniversário da destruição de um quarto da população ucraniana, aquele crime gigantescoquase desapareceu no buraco negro da história.

O mesmo ocorre com o extermínio dos cossacos do Don, pelos comunistas, na década de 1920, dos alemães do Volga em 1941 e as execuções em massa e deportações para campos de concentração de lituanos, letões, estonianos e poloneses. Ao final da Segunda Guerra, os "gulag" de Stalin mantinham 5,5 milhões de prisioneiros, 23% deles ucranianos e 6% bálticos.

Quase desconhecido é o genocídio de dois milhões de muçulmanos de povos da ex-URSS: chechenos, inguchétios, tadjiques, tártaros da Criméia, basquires e casaques. Os guerrilheiros que lutam pela independência da Chechênia e que hoje são rotulados de "terroristas" por Estados Unidos e Rússia são netos dos sobreviventes dos campos de concentração soviéticos. Adicione-se a esta lista de atrocidades esquecidas o assassinato, na Europa Oriental, entre 1945 e 1947, de pelo menos dois milhões de alemães étnicos,a maioria deles mulheres e crianças, e a violenta expulsão de mais 15 milhões de alemães, quando dois milhões de meninas e mulheres alemãs foram estupradas.

Dentre estes crimes monstruosos, a Ucrânia aparece como a maior vítima em termos de números. Stalin declarou guerra ao seu próprio povo em 1932, ao enviar os comissários V. Molotov e Lazar Kaganovitch e o chefe da NKVD (polícia secreta) Genrikh Yagoda para esmagar a resistência de fazendeiros ucranianos à coletivização forçada. A Ucrânia estava isolada. Todas as reservas de alimentos e animais foram confiscadas. Os esquadrões da morte da NKVD assassinavam "elementos antipartido". Furioso porque poucos ucranianos estavam sendo executados, Kaganovitch - em tese o Adolf Eichmann da União Soviética - estabeleceu uma cota de 10.000 execuções por semana. Oitenta por cento dos intelectuais ucranianos foram assassinados. Durante o áspero inverno de 1932-33, 25.000 ucranianos eram executados, por dia, ou morriam de inanição e frio. Tornou-se comum o canibalismo. A Ucrânia, diz o historiador Robert Conquest, parecia uma versão gigante do futuro campo da morte de Bergen-Belsen.

A execução em massa de sete milhões de ucranianos, três milhões deles crianças, e a deportação para o "gulag" de mais dois milhões (onde a maioria morreu) foi oculta pela propaganda soviética. Os ocidentais pró-comunismo, como Walter Duranty, do "New York Times", os escritores britânicos Sidney e Beatrice Webb e o primeiro-ministro francês Edouard Herriot viajaram pela Ucrânia, mas negaram denúncias de genocídio e aplaudiram o que eles chamaram de "reforma agrária" soviética. Aqueles que se levantaram contra o genocídio foram rotulados de "agentes do fascismo". Os governos dos EUA, Reino Unido e Canadá, contudo, estavam bem informados sobre o genocídio, mas fecharam os olhos, inclusive bloquearam grupos de ajuda que iriam para a Ucrânia.

Os únicos líderes europeus que gritaram contra os assassinatos cometidos pelos soviéticos foram, ironicamente e por razões cínicas e de autopromoção, Hitler e o ditador italiano Benito Mussolini. Como Kaganovitch, Yagoda e outros veteranos e oficiais do Partido Comunista e da NKVD eram judeus, segundo Hitler, o comunismo seria uma conspiração judaica para destruir a civilização cristã. Versão que se tornou amplamente aceita por toda uma amedrontada Europa.

Quando veio a guerra, o presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill se tornaram aliados de Stalin, embora eles soubessem que seu regime já tinha matado pelo menos 30 milhões de pessoas muito antes que o extermínio de judeus e ciganos por Hitler tivesse sequer começado. No estranho cálculo moral de extermínios em massa, apenas os alemães foram culpados. Mesmo Stalin tendo assassinado três vezes mais gente do que Hitler, para Roosevelt ele ainda era o "Uncle Joe" ("Tio Joe").

A aliança EUA-Reino Unido com Stalin fez deles parceiros no crime. Roosevelt e Churchill ajudaram a preservar o regime mais assassino da história, para o qual eles entregaram metade da Europa em 1945. Após a guerra, as esquerdas tentaram encobrir o genocídio soviético. Jean-Paul Sartre chegou a negar que o "gulag" tenha existido. Para os aliados ocidentais, o Nazismo era o único mal; eles não poderiam admitir serem aliados de assassinos em massa. Para os soviéticos, promover o holocausto judeu perpetuava o antifascismo e mascarava seus próprios crimes. Os judeus, inexplicavelmente, viram seu holocausto como o único. Foi a "raison d'être" de Israel.

Eles temiam que se divulgassem outros genocídios ocorridos naquele tempo pudesse reduzir a importância do deles. É da natureza humana! Enquanto hoje, a academia, a imprensa e Hollywood concentram a atenção no holocausto judeu, ignoram a Ucrânia. Nós ainda caçamos assassinos nazistas, mas não caçamos assassinos comunistas. Há poucas fotos do genocídio ucraniano e do "gulag" stalinista, e muito poucos sobreviventes. Homens mortos não contam histórias.

A Rússia nunca perseguiu nenhum de seus assassinos em massa, como se fez na Alemanha. Mas todos nós conhecemos os crimes de Adolf Eichmann e Heinrich Himmler, e sabemos o que foi Babi Yar e Auschwitz. Mas quem lembra os assassinos em massa soviéticos Dzerzhinsky, Kaganovitch, Yagoda, Yezhov e Beria? Não fosse o escritor Alexander Solzhenitsyn, nós poderíamos nunca ter sabido dos campos da morte soviéticos como Magadan, Kolyma e Vorkuta. A todo tempo aparecem filmes sobre o terror nazista, enquanto o mal soviético some da visão ou se dissolve na nostalgia.As almas das milhões de vítimas de Stalin ainda clamam por justiça...

7 de nov. de 2003

A covardia de Lula

Em mais uma de suas viagens, dessa vez para inaugurar terminal de passageiros do aeroporto de Campina Grande, o Presidente da República, em mais um de seus discursos improvisados, disparou: "Cheguei à Presidência da República para fazer as coisas que precisavam ser feitas neste país e que muitos presidentes, antes de mim, foram covardes e não tiveram coragem de fazer o que precisa ser feito."

A verborragia do detentor do cargo máximo da Nação revela arrogância ímpar, algo nada comparável àquele que durante boa parte de sua vida ostentou a imagem de humilde. Conforme suas palavras, Lula diz que foi eleito "para fazer as coisas que precisavam ser feitas neste país". O que seriam tais coisas? Inchar ainda mais o já esclerosado setor público federal, doando cargos públicos para políticos do PT e criando órgãos públicos inúteis só para dar emprego aos companheiros derrotados? Propor uma reforma tributária que resultará em mais aumento de impostos numa sociedade já saturada deles? Propor uma reforma previdenciária que pouco modificará nosso arraigado patrimonialismo e privilegialismo? Fazer viagens inúteis e dispendiosas aos cofres estatais, repetindo atos de seu antecessor, a quem tanto criticou pelos mesmos motivos? Foi para isso que Lula foi eleito, ou essas e outras atitudes apenas revelam que ele e o PT não possuíam programa de governo, e, no poder, apenas se mostram uma versão piorada de FHC?

À ocasião, Lula ainda chamou seus antecessores de covardes, porque "não tiveram coragem de fazer o que precisa ser feito". Esquecendo-se que um dia será ex-presidente, e que seus sucessores também terão vários motivos para criticar sua desastrosa administração, Lula critica os ex-presidentes por não terem feito aquilo que ele próprio não faz! Referia-se ele à questão da seca e da fome que aflige o Nordeste. "A seca é um fenômeno da natureza. A fome causada por ela, na verdade, é falta de vergonha dos homens que deveriam ter a responsabilidade de acabar com esse mal." O Presidente da República parece deslumbrado com o tal "Fome Zero", idealizado para ser instrumento de combate à fome, mas que até agora não passou de mera peça propagandística e de aliciação de eleitores. Até hoje, os políticos não resolveram o problema da fome no Nordeste, e certamente não será Lula que o resolverá. O discurso de Sua Excelência, além de revelar sua visão socialista de mundo, em que cabe aos burocratas acabar com os males que afligem a humanidade, incentiva as pessoas a esperarem que os políticos resolvam seus problemas, e não elas próprias. As comunidades pobres do semi-árido nordestino, que sofrem com a problemática da fome e da seca há tempos, em vez de se sujeitarem ao discurso demagógico e populista de Lula, devem arregaçar as mangas e, tendo por meio a cooperação e por fim a prosperidade, buscar elas próprias a superação das adversidades que assolam a região. No longínquo ano de 1880, quando da construção do Açude de Cedro, em Quixadá, Dom Pedro II já dizia: "Venderei a última jóia de minha coroa para que nenhum nordestino morra de fome!" De lá para cá, foram criados vários órgãos públicos - DNOCS, SUDENE etc. - destinados a combater as secas e a fome no Nordeste, e o que se viu foram poucas ações concretas, mas muita corrupção. O povo, que seria o beneficiado por aqueles órgãos burocráticos, acompanhou passivo às muitas denúncias de mau uso das verbas. Se órgãos públicos e leis resolvessem problemas, o Brasil seria país dos mais desenvolvidos, e a fome e a seca no Nordeste já teriam sido extintas há tempos.

Os dicionários conceituam covarde como o sujeito tímido, medroso, sem coragem. Pode-se acusar os antecessores de Lula de muitas coisas, menos disso. Covarde, na verdade, mostra-se o Presidente da República, ao não ter coragem de propor as reformas políticas e econômicas que o Brasil tanto precisa, ao ter feito promessas irrealizáveis quando em campanha, ao acusar seu antecessor de tê-lo legado "herança maldita" (ao mesmo tempo que nada faz para solucioná-la), e, principalmente, ao incutir na mente do povo, especialmente nos mais humildes, que devem eternamente esperar que políticos resolvam seus problemas. É isso que se espera de Lula, eleito afirmando que nossos problemas não eram resolvidos por falta de vontade política; para ele, bastaria editar leis e decretos e nossos problemas seriam extintos...

Observa-se, nos discursos de Lula, um tom messiânico. Ele, segundo ele mesmo, veio "para fazer as coisas que precisavam ser feitas". Considera-se o Messias que veio trazer a redenção e a salvação para o povo tupiniquim. Isso é conseqüência de anos e anos em que as esquerdas o protegeram - colocando-o a salvo de qualquer crítica - e mentiram sobre quem realmente ele era, transformando em "estadista", "o mais preparado" e outras qualificações sofísticas um sujeito que jamais se preocupou em estudar nossos problemas. Mimaram-no e bajularam-no demais, e Lula, hoje deslumbrado com o poder, não quer descer para a realidade. Caímos nesse conto-do-vigário, e Ruy Barbosa, de seu túmulo, repete: o Brasil tem os políticos que merece...

29 de out. de 2003

Críticas à Constituição

Em 5 de outubro último, a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, completou 15 anos. Certamente haveria de ser uma data cívica, se a nossa Lei Maior não fosse tão desrespeitada, e, primordialmente, não fosse um documento político pouco prático.

Inspirada nos princípios da social-democracia (híbrido de capitalismo com socialismo, que, a exemplo do último, só funciona na teoria), a Constituição é hoje um calhamaço com 250 artigos - estes, por sua vez, divididos em outros tantos parágrafos, incisos e alíneas. Somados aos outros 89 inseridos nas "Disposições Constitucionais Transitórias", contam-se quase 350 artigos, que resultam em uma das constituições mais prolixas, minuciosas e detalhistas (analíticas, na terminologia jurídica) do mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Direito Constitucional, há em nossa Carta Magna 48.381 palavras; na francesa 6.884, e na japonesa 4.661. Não bastasse isso, desde sua promulgação nossa Lei Maior já foi modificada 40 vezes, média de 1 emenda a cada 4,5 meses. E ainda tramitam no Congresso Nacional mais de 1.200 propostas de emenda. Comparando nossa Carta Magna com a norte-americana, de 1787, verifica-se que esta possui somente 7 artigos, que por sua vez são divididos em 21 seções, e desde então foi modificada apenas 27 vezes, média de 1 emenda a cada 8 anos. Esse "caráter temporário" da nossa Lei Maior revela imprudência dos constituintes de 1988, porque incapazes foram de compreender o espírito de pragmatismo e perenidade que deve nortear a elaboração de uma constituição. Uma anedota jurídico-política diz que certa pessoa dirigiu-se a uma livraria disposta a adquirir exemplar da Constituição; lá chegando, foi informada pelo livreiro que naquele estabelecimento não se vendiam periódicos...

Muitos daqueles quase 350 artigos inseridos na Lei Maior tratam de matéria não-constitucional, e por isso deveriam estar contidos em legislação ordinária. É o caso, por exemplo, do artigo 228, que afirma que menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis. Tal preceito, pela sua própria natureza, não deveria estar inserido em uma constituição, e sim em um código penal. E mesmo a sociedade exigindo que menores de dezoito anos sejam penalizados por seus atos criminosos, a Constituição, que requer procedimentos mais formais e difíceis para ser modificada, rigidamente regulamentou aquela matéria, a exemplo de muitas outras que se encontram em seu texto, que tratam de temas alheios a uma constituição, como família, esporte, cultura etc. Decerto concluir-se-á, caso haja estudos, que a maioria das 40 emendas constitucionais até agora promulgadas modificou assuntos não-constitucionais, que, se estivessem contidos em leis infraconstitucionais, não teriam contribuído para o desgaste que nossa Carta Magna sofreu com a grande quantidade de emendas que teve.

Em que pese essa mancada de nossos políticos-constituintes, preocupados que estavam em abarrotar a Constituição de preceitos quantitativos e não qualitativos, a Carta Magna foi e continua sendo enaltecida. Porém, o que se observa é que muitos dos preceitos inseridos na Lei Maior, principalmente aqueles denominados "direitos sociais", não passam de alucinações teóricas. É o que se depreende ao analisarmos seu artigo 6o., que considera "direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados", significando que o Estado obriga-se a garantir esses "direitos" caso as pessoas não disponham de meios próprios de possuí-los. Em tese, se a turma não tiver dinheiro para comprar a bola de futebol, o Estado (por considerar o lazer um direito) obriga-se a garanti-lo. Esse exemplo justifica a existência dos inúmeros órgãos públicos (ministérios e secretarias, em níveis federal, estadual e municipal) com a finalidade de promover o esporte, pois é "dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um", consoante artigo 217. Eis outro ponto negativo da Constituição, o excessivo rol de "direitos", sem a respectiva contrapartida de "deveres". Cria-se a despesa, sem previsão de receita.

Uma Constituição deve ser um documento que restrinja e limite o poder político, que trate de sua forma e organização, que prescreva os direitos e garantias individuais e outros assuntos relacionados propriamente ao Estado. Deve ser a mais concisa e objetiva possível, para que seja útil à sociedade. Deve ser escrita por aqueles que pagam tributos, não por aqueles que vivem às custas deles. Aristóteles já advertia: "São prósperos os povos cuja legislação se deve aos filósofos". Aqui (ou alhures) ela se deve aos políticos, e o resultado foi uma Constituição que o tempo demonstrou ser muito teórica e pouco prática. Para o economista Roberto Campos, era a "Bíblia dos Demagogos"; para o jurista Celso Ribeiro Bastos, era um "Livro de Ficção Jurídica". Enquanto viger a Carta Magna de 1988, estes epítetos práticos prevalecerão sobre os epítetos teóricos de Ulisses Guimarães, para quem seria a "Constituição Cidadã" e a "Constituiçãodos Miseráveis".

20 de out. de 2003

Privilégios raciais

As “ações afirmativas” constituem uma série de “políticas compensatórias” exigidas por grupos de pressão politicamente corretos cujo objetivo seria reparar “injustiças históricas” sofridas pelos negros. Entre tais medidas, estariam a obrigatoriedade de ensino de história africana nas escolas, as indenizações aos descendentes de escravos e a adoção de cotas raciais em vestibulares e concursos públicos.

Um burocrata, incomodado porque estudantes se lixavam para história africana, promulgou lei tornando obrigatório seu ensino. Genocídios, canibalismo, mutilação feminina, ditadores cruéis etc. são fatos corriqueiros na história africana, mas é preciso maquiá-la, e por isso não serão ensinados. Ora, estudamos história por causa da cor da pele de seus agentes ou por sua importância para compreendermos o hoje? Estudamos gregos e romanos por serem a base da civilização ocidental ou por serem brancos? O estudo de história africana deveria ser proposto (e com argumentos), e não imposto (e sem argumentos).

As indenizações aos descendentes de escravos, se aprovadas, causariam correria a cartórios e genealogistas. Todo mundo querendo saber se teve ascendente escravo. O alto grau de mestiçagem do povo brasileiro faria com que boa parte dele recebesse indenizações, sem perceber que o próprio bolso as custeariam. Argumentam seus defensores que os brancos lucraram com a escravidão dos negros e estes hoje devem ser indenizados. Ora, minoria absoluta de brancos se beneficiou da escravidão negra. Que cobrem os descendentes desses beneficiados, se for justo responsabilizar um descendente por atos de seu ascendente, mormente tendo este praticado ato legal em seu tempo. Caso seja justo, e considerando que nas guerras tribais africanas era costume, anterior aos europeus, membros das tribos vencedoras escravizarem ou venderem aos traficantes de escravos membros das tribos derrotadas, que cobrem também os descendentes daqueles. Isso não é cogitado, como também não é cogitado que seja ensinado, nas aulas de história africana, que os negros foram escravizados pelos próprios negros, prática ainda comum na África.

Cotas raciais de no mínimo 20% (embora para o IBGE os negros sejam 5.39% da população) em concursos públicos e vestibulares devem ser adotadas, afirmam seus defensores, porque os negros ainda sentem os efeitos da escravidão e porque o “racismo camuflado” tupiniquim os impede de subirem na vida. Não são absurdas referências a “efeitos da escravidão” decorridos 115 anos da sua abolição? Quanto tempo será necessário? Também é incompreensível o que seria o “racismo camuflado” tupiniquim. O oposto disso seria o “racismo escancarado” que víamos nos EUA e África do Sul, em que brancos e negros viviam em bairros separados e se matavam entre si? Ora, então só existe “racismo escancarado”, não “racismo mascarado”, porque o racismo, para ser constatado, deve assumir formas exteriores, não interiores, estas só constatadas por entes sobrenaturais. Na falta de melhor argumentação, justificam o “racismo mascarado” porque negros têm médias de renda inferiores às dos brancos. De fato têm, mas diferenças de renda ntre “raças” podem ter causas diversas, não necessariamente racistas. Do contrário, já que os amarelos têm médias de renda superiores às dos brancos, estes podem acusar aqueles de racistas? E o preceito constitucional da isonomia, que afirma todos serem iguais perante a lei, sem distinções de qualquer natureza? Os “movimentos negros”, que durante décadas lutaram para vê-lo cumprido, são os mesmos que hoje exigem que ele seja violado. Alguns juristas até inventaram a expressão “discriminação positiva” para justificar tais estupros jurídicos, ignorando que, como conseqüência óbvia, os prejudicados abarrotarão (ainda mais) o poder judiciário com mandados de segurança, já que as autoridades responsáveis pela guarda e zelo da Constituição Federal até agora não se pronunciaram. Conclui-se que a adoção de cotas raciais (já o são em muitos lugares) trará danos à imagem dos negros, pois serão vistos pela sociedade como inferiores e incapazes de superarem as dificuldades da vida por mérito e esforço próprios. Ademais, quem se sentiria seguro em buscar serviços de profissional que entrou na universidade por causa de sua cor, não de sua competência? Em breve, obrigarão até a iniciativa privada a adotar cotas raciais, como ocorreu nos EUA (de onde as trouxeram), embora lá estejam sendo extintas.

Qualquer vantagem concedida a alguém com exclusão de outrem e contrária ao direito comum é privilégio, e qualquer política ou ação baseada em raça é racista. E a história não contém injustiças ou erros, sim fatos. Logo, é injusto, ilógico e irracional responsabilizar gerações atuais por fatos vivenciados por gerações passadas. Estamos importando problemas alheios, negando nossa cultura e destruindo nosso ethos, cujo exemplo maior é nossa boa convivência inter-racial.